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Opinião

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MOÇAMBIQUE: Crianças seropositivas excluídas e esquecidas

Photo: P. Rolletta/PlusNews
Cacilda Massango: "Para nós adultos é mais simples, um comprimido de manhã e um à noite. Para as crianças, é complicado."
Maputo - Quase três mil crianças estão em tratamento antiretroviral em Moçambique, equivalente a nove por cento do total que recebem os medicamentos que prolongam a vida. A meta para este ano é de atingir 3,500 crianças.

Os Hospitais de Dia, especializados no atendimento a pacientes seropositivos, tem registadas 13,780 crianças, de um total de 138,400 pacientes. No entanto, o Fundo das Nações Unidas para a Infância estima que ha 99,9000 crianças seropositivas menores de 15 anos no país.

Globalmente, em seis mortes relacionadas com a Sida, uma é uma criança menor de 15 anos. Em 2005, morreram 570 mil crianças por causa da Sida, no mundo, das quais 480 mil em África.

“As crianças seropositivas carecem de tratamento, porque estão excluídas das políticas nacionais; são esquecidas pelo público, que vê a Sida como uma doença de adultos; e esquecidas pelos líderes, que focalizam os adultos no tocante a leis, políticas e orçamentos”, disse o ano passado o enviado especial das Nações Unidas para a Sida em África, Stephen Lewis.

Xaropes e comprimidos

Nos países desenvolvidos, graças à expansão do corte da transmissão vertical, já quase não nascem bebés seropositivos. Por tanto, há poucos incentivos económicos para as companhias farmacêuticas desenvolverem fórmulas pediátricas de ARVs.

O mercado é pouco promissor, dado que a maioria de crianças seropositivas vive em países pobres.

Os ARVs pediátricos existentes são difíceis de determinar, administrar e armazenar. Alguns comprimidos devem ser partidos segundo o peso da criança. Outros são grandes, difíceis de tragar; os xaropes, desagradáveis. A dose deve ser ajustada segundo o peso da criança, que pode mudar de mês a mês ou mesmo semanalmente. Xaropes e comprimidos não são adequados para crianças mais crescidas, porque precisam de doses maiores, mas não há comprimidos com doses baixas de ARVs. As formulações pediátricas existentes, assim como os ARVs de primeira e segunda linha para crianças são entre cinco e oito vezes mais caras que os de adultos. Para complicar mais as coisas, os métodos de diagnóstico de HIV em bebés menores de 18 meses são caros e complexos.


Photo: P. Rolletta/PlusNews
Cacilda Massango com uma das crianças apoiadas pelas Mulheres para DREAM
Soluções comunitárias

Cacilda Massango, 28 anos, começou o tratamento ARV em 2002, na clinica da organização não governamental santo Egídio, em Machava, um bairro pobre na periferia de Maputo, a capital. “Para nós adultos é mais simples, só um comprimido de manhã e um à noite. Mas como é possível que as crianças sigam um tratamento tão complicado? Como é que as famílias vão ministrar regularmente o tratamento?” disse ao PlusNews.

Dai nasce Mulheres para DREAM, uma rede de seropositivas associadas ao programa antiretroviral do Santo Egídio. Elas proporcionam assistência domiciliária. Cada activista tem um grupo de crianças perto da sua casa.

Para verificar se as crianças tomaram a dose correcta no momento certo, visita duas vezes por dia a cada família e ensina aos parentes a controlarem a dosagem de xaropes usando uma seringa. A medida do xarope é sinalizada na seringa por um marcador.

Quando a criança aumenta de peso, recebe uma nova seringa marcada com a nova dose. As activistas também ajudam na educação nutricional, por exemplo, como preparar feijão e peixe para bebés de um ano. “As crianças são um estímulo para nós também. Quando tomo os meus comprimidos penso nelas, penso na minha responsabilidade para com elas. Não posso falhar. Elas precisam de mim!” conclui Massango.

Ela está especialmente orgulhosa da Albertina (nome omitido). Com 14 anos, “é bonita, vai a escola e tem amigos”, conta Massango. Dois anos atras, Albertina esteve 6 meses internada no hospital, ás portas da morte. O tratamento antiretroviral salvou-lhe a vida. Com a ajuda das Mulheres para DREAM, hoje é capaz de tomar os comprimidos sozinha, lembra a mãe para tomar o seu. Seu sonho é ser médica pediatra para tratar crianças seropositivas.

Ms/rb

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