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Opinião

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MOÇAMBIQUE: Epidemia na Zambézia é espelho do país

Photo: M.Sayagues/PlusNews
Os lacinhos que lembram os problemas causados pela epidemia do HIV
Quelimane - Os laços vermelhos pintados nos troncos das árvores e nos postes da cidade de Quelimane, capital da Zambézia, lembram os riscos da Sida. “A infecção do HIV cresce assustadoramente aqui,” diz ao PlusNews, o médico chefe provincial, Dr. Armindo Tonela.

A seroprevalência na província, que era de 15.4 por cento em 2001, subiu para 18.4 por cento em 2004, entre as pessoas de 15 a 49 anos, segundo o Ministério da Saúde. “Os leitos dos hospitais estão sempre ocupados. Em muitos lugares, há dois doentes, por cama, e pacientes no chão”, diz Tonela.

Na sua sala, na Direcção Provincial de Saúde, Tonela colou na parede, ao lado da imagem do presidente Armando Guebuza, documentos sobre a situação epidemiológica na Zambézia.

A província está na região central de Moçambique, a mais atingida pela epidemia, onde uma em cada cinco pessoas é seropositiva. Zambézia faz fronteira com Sofala, que tem a maior seroprevalência do país, 26.5 por cento. Cerca de 500 mil pessoas tem HIV/SIDA na Zambézia, das quais 125 mil precisarão de medicamentos antiretrovirais urgentemente.

Entretanto, apenas 2.392 pessoas recebem estes medicamentos, sendo 198 crianças. “Não faltam antiretrovirais. O problema é descobrir quem são as pessoas que necessitam de remédio,” diz Tonela. Segundo o médico, além desses pacientes em tratamento antiretroviral, 645 crianças e 7.696 seropositivos são acompanhados pelo sistema de saúde. Ainda sem o sistema imunológico afectado, eles não iniciaram o tratamento.

“Morrem sem saber de que”

A testagem de CD4, células de defesa do organismo, na Zambézia só é feita na capital, Quelimane, e na cidade de Mocuba, no centro da província. As amostras de sangue do resto da província são levadas de carro para as duas cidades.

Nos 17 distritos da Zambézia são feitos testes de HIV, mas as pessoas, na grande maioria, não fazem e são mal informadas sobre a Sida. “Muitas pessoas morrem de Sida sem saber. Acham que é malária ou qualquer outra doença,” diz Tonela.


Photo: A. Miguel/PlusNews
O problema é identificar quem precisa de antiretrovirais
Na Zambézia, especialmente no distrito de Morrumbala, muitas pessoas não acreditam que a Sida é provocada pelo HIV, mas sim pelo “mpepo”, segundo fontes institucionais.

A crença ocorre quando uma moça faz um aborto clandestino e tem relações sexuais com um homem que fica igualmente infectado.

Acredita-se que quando a rapariga cozinha, o sal utilizado por ela contamina os seus parentes que comem a comida. A partir deste processo, os familiares da rapariga e do homem com quem ela teve relações começam a morrer, o que coincide com a Sida, que provoca a morte de vários membros da mesma comunidade.

O “mpepo” pode ser evitado nos casos em que a rapariga informa à mãe e esta por sua vez procura um curandeiro que dá um remédio e informa durante quanto tempo ela não poderá pôr sal na comida.

Faltam médicos

Cerca de 80 pacientes seropositivos passam diariamente pelo Hospital de Dia de Quelimane, exclusivo para pessoas com HIV/Sida. As salas do único corredor do hospital revelam a ordem do antendimento no local: recepção, triagem, enfermaria, aconselhamento e farmácia. Em Dezembro, uma linda árvore de natal enfeita a unidade.

O grande cartão feito pelos funcionários pede ao Pai Natal: “Stop Sida!” O pedido sugere também um “stop” no fluxo de pacientes atendidos no hospital, que sobrecarrega os profissionais. Há um ano, o atendimento era das oito às 16 horas, mas com a Sida, o horário foi acrescido em duas horas, diz a directora, Dra. Margarida Kaphesse.

Para cobrir uma demanda média de 1.800 atendimentos mensais, existem apenas três médicos a tempo inteiro, dois que atendem a tarde, dois técnicos de enfermagem e oito enfermeiros. “Seria necessário, no mínimo, o dobro de profissionais em relação aos números actuais para melhorar o atendimento”, diz Kaphesse ao PlusNews.

Em 2005, todos os médicos da Zambézia fizeram cerca de 2.6 milhões de consultas. Cada clínico, seja ele médico, enfermeiro ou técnico de medicina, fez 11 mil consultas. Face ao deficit de recursos humanos, foram incluídas matérias extras sobre a Sida no curriculum de todos os cursos superiores de enfermagem e no ensino técnico de medicina. “Há alguns anos, somente médicos podiam trabalhar e receitar antiretrovirais.

Hoje, todos os 40 técnicos de medicina da nossa província já estão aptos a fazer isso,” diz Tonela. Ao andar pelas ruas de Quelimane e ver os laços vermelhos pintados nas árvores e postes, Tonela pensa na solidariedade para com os seropositivos e dos problemas que a doença trouxe. “O número de profissionais de saúde é insuficiente na Zambézia,” diz.

lb/rb/ms

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