TANZÂNIA : Maior disponibilidade de antiretrovirais beneficia trabalhadores HIV+

Photo: Georgina Cranston/IRIN  |
Mais antiretrovirais, mais confiança |
DAR ES SALAAM, 30 Novembro 2006 (PlusNews) - A disponibilidade de antiretrovirais a preços acessíveis na Tanzânia está a restituir aos patrões a confiança no rendimento e a credibilidade sobre os seus empregados seropositivos e a dar mais.
Trabalhadores da saúde dizem que, no passado, os patrões simplesmente demitiam os empregados HIV+ para limitar as despesas, mas o acesso aos antiretrovirais restituiu um pouco de confiança na saúde dos empregados.
“As empresas até compreenderam que é mais barato manter um empregado altamente qualificado e experiente sob antiretrovirais do que contratar e treinar novos para substituir”, diz a Dra Catherine Joachim, médica do Hospital do Socorro Aéreo Africano (AAR), na capital comercial, Dar es Salaam.
O AAR, provedora internacional de cuidados de saúde e gestora de fundos de seguros de saúde, constatou um aumento repentino do número de seguros de saúde.
O acesso aos antiretrovirais ainda é reduzido no país, mas Joachim diz que a tendência da redução do custo encoraja os patrões a oferecerem uma cobertura de saúde completa para os seus empregados, incluindo o tratamento do HIV/Sida.
“Estamos a negociar planos de seguros de saúde para mais de 10 agências de seguros e muito mais patrões”, diz Joachim.
“Eles não têm mais medo de dar seguros de vida para os seus empregados, porque o atraso na manifestação da Sida significa que os empregados continuam produtivos durante muito tempo apesar de serem HIV+”, diz.
Mudança de atitude
Em reacção à mudança de posição das empresas, que antes consideravam a Sida como um factor de queda de lucros, algumas agências de seguros propõem produtos específicos para pacientes HIV+ assalariados, com propagandas anunciando uma mudança crucial na percepção da pandemia entre os seguradores.
Joe Bishota, da agência de seguros African Life, em Dar es Salaam, diz que os progressos recentes da medicina ajudaram a diminuir temores antigos quanto ao desfecho fatal do HIV/Sida.
Segundo Bishota, a disponibilidade local de tratamento a preços razoáveis, fez com que a agência lançasse “Tumaini” (Esperança, em Kiswahili), um seguro de saúde que cobre os clientes seropositivos.
Ele diz que os antiretrovirais e a cobertura do seguro são complementares na gestão do HIV/Sida. “A motivação da cobertura do seguro é assegurar que estes indivíduos sustentem as suas famílias, uma vez que sendo produtivos terão uma vida melhor e contribuirão positivamente no desenvolvimento da comunidade”.
Cortes drásticos nos custos e distribuição gratuita em certos hospitais públicos facilitaram o acesso aos antiretrovirais, fazendo com que as pessoas continuassem produtivas por longos períodos e pudessem gerar salários para pagar o seguro e receber em retorno serviços de saúde.
A maioria das empresas havia sido incapaz de avaliar o impacto da pandemia, porque o estigma relacionado ao HIV/Sida e o medo de despedimento forçava os empregados a mentirem sobre o seu estado. Porém, o novo seguro fornece um visão mais realista da situação.
“A cobertura do seguro de saúde fornece ao empregador um retorno estatístico e mantém ao mesmo tempo a confidencialidade”, diz Bishota.
“Desta maneira, os empregadores podem avaliar melhor a introdução do HIV/Sida na organização e a planificar em função dela as suas necessidades em matéria de recursos humanos”.
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Tema(s): (IRIN) Economia/Negócios, (IRIN) Estigma/Direitos Humanos/Leis
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[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas] |
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