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ÁFRICA DO SUL: Retirada de preservativos prejudica trabalho de prevenção


Photo: Laura Lopez Gonzalez/PlusNews
Homem segura uma das camisinhas retiradas no centro de Johannesburg. Alguns preservativos podem ter perfurações minúsculas, um defeito dificilmente detectado por usuários.
JOHANNESBURG, 4 Setembro 2007 (PlusNews) - As vidas de milhões de sul-africanos podem estar em risco. O Departamento de Saúde sul-africano retirou 20 milhões de preservativos fornecidos pelo governo e luta para controlar os danos depois de alegada corrupção no organismo de garantia de qualidade e padrões do país.

Os preservativos foram recolhidos em 23 de Agosto depois que reportagens na mídia levantaram suspeitas de que Sphiwe Fikizolo, gerente de testes no Gabinete de Padrões da África do Sul (SABS, em inglês), instituição responsável por garantir que todos os preservativos produzidos no país estejam de acordo com os padrões da Organização Mundial da Saúde, havia recebido dinheiro do fabricante em troca de certificação de preservativos com defeito.

Jeffery Hurwitz, director executivo da Latex Surgical Products (Pty) Limited (LSP), empresa que produziu os preservativos, Sajeev Joseph, um funcionário, e Fikizolo, foram acusados de fraude e corrupção.

Apesar do recall, o porta-voz do departamento de Saúde, Sibani Mngadi, reiterou que somente os preservativos Choice com o número de série 4308/ZLX tinham sido afectados, e 90 por cento dos preservativos do governo eram de boa qualidade: dos 20 milhões de preservativos LSP recolhidos, apenas cerca de sete milhões teriam sido directamente afectados na alegada corrupção.

Mngadi disse que seu departamento distribui 400 milhões de preservativos por ano, de sete fornecedores, incluindo a LSP, que fornece nove por cento do total.

O porta-voz da SABS, Erno Botes, disse que o escritório havia iniciado uma auditoria extensiva de todos os fabricantes de preservativos no país em resposta às alegações, e também revisado todos os registos disponíveis dos testes sobre as camisinhas da LSP durante o ano passado.

“Quando o caso estourou, fizemos uma revisão das fichas; ainda temos registos do desempenho dos lotes”, disse Botes. “Em circunstâncias normais estes preservativos não teriam passado.”

A auditoria incluiu os resultados dos testes de 91 lotes, mas Mike McNerney, gerente geral da SABS para alimentos e saúde, reconheceu que o escritório não havia conseguido encontrar os resultados de 41 lotes, o que era pouco comum.

Ele disse que era importante compreender o significado de um lote reprovado. “Se um lote é reprovado, isso significa que o risco de defeitos aumenta, mas não que todos os preservativos (no lote) tenham defeito. Mas a questão é que os produtos foram reprovados e nunca deviam ter sido distribuídos”, explicou.

''É uma situação infeliz que os interesses economicos egoístas das pessoas que fazem o programa andar... tenham colocado o público em risco.''
McNerney disse que os testes laboratoriais, que muitas vezes colocam os preservativos sob stress acima das circunstâncias normais, reproduzem o pior cenário de um problema.

“Não podemos quantificar especificamente o aumento do risco em termos de uso humano, só podemos falar de testes laboratoriais”, comentou.

Controle de danos

Até 28 de Agosto, o governo havia colocado 4.5 milhões de preservativos Choice em quarentena, enquanto continuava sua campanha de conscientização do público, a principal intervenção depois da retirada dos preservativos do mercado.

“Estamos procurando minimizar a possibilidade de risco e tentando atingir o maior número de pessoas possível sobre o recall”, disse Mngadi. “Estamos encorajando as pessoas que podem realmente estar em dúvida sobre o que significa contactar a linha de ajuda da Sida.”

O recall é um duro golpe no que tem sido uma suada campanha a favor dos preservativos no país. “É sem dúvida um retrocesso. Fizemos muito trabalho para promover esta marca. A transformação dos preservativos cinzentos com o laço da Sida do governo nos preservativos Choice significou um aumentou anual na distribuição.”

Mngadi disse que a retirada levantou suspeitas nas comunidades quanto aos preservativos gratuitos do governo. “Estamos tentando encontrar a melhor estratégia para gerir os danos causados à reputação da marca e à confiança do público sobre o produto”.

David Nowitz, gerente de marketing da Sociedade para Saúde Familiar (SFH, em inglês), que há anos trabalha em parceria com o governo na publicidade e distribuição dos preservativos Choice, disse: “Acho que os que estão por trás do escândalo provocaram um enorme desserviço à prevenção da Sida. Contudo, é importante que as pessoas se lembrem que estamos a falar sobre acções de alguns indivíduos, não de todo o sistema de saúde pública”.

Warren Parker, director do Centro para o Desenvolvimento, Pesquisa e Avaliação da Sida (CADRE), sugeriu que esta série de eventos pode dar uma oportunidade para repensar a prevenção.

“É uma situação infeliz que os interesses económicos egoístas das pessoas que fazem o programa andar... tenham colocado o público em risco”, disse. “A retirada prejudica o que tem sido uma campanha muito bem-sucedida com uma forte logística e crescente demanda ao longo do tempo.”

Parker elogiou a coragem do departamento em lidar abertamente com o problema e acrescentou que a retirada pode dar o que pensar. “Ela realça a importância de programas de prevenção multi-dimensionais: por exemplo, ainda existe a necessidade de reduzir a corrente prática de vários parceiros sexuais. Nesse sentido, a recolha pode ser uma oportunidade de refocar os esforços de prevenção”, afirmou.


Tema(s): (IRIN) Prevenção

[FIM]

[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas]
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