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UGANDA: Governo quer parar com distribuição de preservativo feminino


Photo: Manoocher Deghati/IRIN
A mulher ainda tem que ganhar poder e coragem para dizer “tenho que usar" o preservativo
KAMPALA, 20 Junho 2007 (PlusNews) - Activistas estão a criticar a decisão tomada na semana passada pelo Ministério da Saúde do Uganda em não mais distribuir preservativos femininos.

"As mulheres se queixam que não é fácil de usar", justificou James Kigozi, porta-voz da Comissão Ugandesa para o Sida.

“Dizem que faz muito barulho durante o acto sexual”, completou.

Entretanto, Beatrice Were, coordenadora da área de HIV/Sida da organização não governamental ActionAid, disse à IRIN/PlusNews que esta decisão é uma desilusão porque não foi feito o suficiente para garantir que todas as ugandesas conheçam os benefícios deste material.

"Uma importante activista confessou, durante uma conferência onde eu participei, que ela nunca tinha visto um preservativo como este”, comentou.

Segundo Were, o desconhecimento deve ser ainda pior nas zonas rurais.

“Como parar de lhes fornecer se elas nem se quer sabem do que se trata?”, criticou.

O preservativo feminino é um longo dispositivo de poliuritano, com 16.5 centímetros de comprimento que é inserido na vagina da mulher antes do acto sexual; fica colado à vagina e previne da gravidez e infecções sexuais.

Kigozi disse que centenas de milhares de camisinhas femininas foram importadas entre 2002 e 2004, mas o uso foi pouco.

"Elas disseram que provocam dor durante a inserção e incomodam durante o acto sexual."

O porta-voz da Comissão Ugandesa para o Sida ressaltou ainda que a maior parte das mulheres também não teve muito a dizer sobre a contracepção.

"Estudos mostram que uma das razões porque os preservativos femininos não são populares é a (falta de) capacitação da mulher na sociedade, uma vez que os seus maridos e namorados as forçam a retirar o preservativo depois de o introduzir", disse.

Para ele, a mulher ainda tem que ganhar poder e coragem para dizer “tenho que usar."

Were acredita que as mulheres ugandesas não constituem um grupo homogêneo, e não se pode aplicar o mesmo padrão em todo o país.

Algumas mulheres podem não ter o poder de negociar sexo seguro ou podem achar que o preservativo faz barulho, mas outras podem achá-lo perfeitamente aceitável, assim a decisão generalizada de parar o fornecimento a nível nacional é injusta, disse à IRIN/PlusNews.

Segundo esta activista, esta decisão pôs em questão o compromisso do governo de erradicar a pandemia entre as mulheres, que transportam um maior peso de HIV do que os homens.

Elas representam quase 60 por cento dos cerca de um milhão de seropositivos no Uganda.

Were cita que a circuncisão masculina, uma estratégia de prevenção dirigida aos homens, desde que comprovou eficácia, motivou a criação de vários programas.

E agora, diz Were, “querem que acreditemos que o preservativo feminino, que foi cientificamente provado há vários anos, está sendo banido porque não é cómodo para quem usa.”

Dra. Margaret Muganwa, da Campanha Global pelos Microbicidas, disse que o preservativo feminino não tinha sido distribuído em larga escala como deveria.

“As mulheres só poderiam adquiri-los em lojas do governo, comparado com o preservativo masculino que podem ser obtidos em todos os locais, incluindo hoteis."

O preservativo feminino tem sido menos acessível e mais caro do que o masculino, reforçou Elizabeth Bukusi, do Instituto de Pesquisa Médica do Quénia , mas queixas sobre o incómodo é trivial.

"Algumas pessoas dizem que (o preservativo feminino) faz barulho, mas quem lhes disse que sexo tem que ser um evento silencioso?", perguntou ela num encontro sobre género e desenvolvimento na capital, Kampala.

O programa do Uganda de prevenção do HIV é baseado no modelo "ABC", de Abstinência, Seja Fiel, e use Preservativo, mas o "C" tem a tendência de focalizar sobre o preservativo masculino.

O preservativo masculino também tem sofrido alguma pressão negativa.

Em 2004 houve uma escassez a nível nacional depois do governo ter importado preservativos com defeitos.

Desde aí, a situação foi corrigida, e Kigozi disse que o Ministério da Saúde e empresas privadas importam pelo menos 120 milhões de preservativos masculinos por ano, uma quantidade que se espera aumentar.


Tema(s): (IRIN) Prevenção

[FIM]

[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas]
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