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NIGÉRIA: Diploma de jornalismo e de coragem


Photo: Lekan Otufodunrin/IRIN
Manifestantes exigem a reintegração de Fred Adegboye.
LAGOS, 8 Fevereiro 2007 (PlusNews) - O fato de Fred Adegboye ter obtido seu diploma de jornalismo representa bem mais do que uma vitória pessoal. Para todos os ativistas que lutaram durante meses para que este homem seropositivo pudesse estudar, sua vitória simboliza uma etapa na luta contra a estigmatização.

“Eu estou muito feliz por ter conseguido realizar meu sonho de ser jornalista, apesar da estigmatização que sofro por causa da minha seropositividade”, disse ele ao PlusNews. “Não foi fácil, mas agradeço a Deus por ter sido capaz de vencer todos os obstáculos e de provar que o fato de ser seropositivo não faz de alguém um ser inferior, seja ao nível universitário ou outro.”

Matriculado em junho de 2004 no Instituto Nigeriano de Jornalismo (NIJ, em inglês), Fred Adegboye foi expulso um mês depois, após ter revelado às autoridades da escola que era seropositivo. Sua expulsão desencadeou uma onda de simpatia da parte da mídia e dos ativistas da Sida na Nigéria.

Essa mobilização acabou obrigando o NIJ a reintegrar este homem de 47 anos em abril de 2005, depois de meses de manifestações, em um país onde a estigmatização relacionada ao HIV ainda é muito forte.

Tendo terminado os estudos graças ao apoio financeiro do Comitê Nacional da Luta contra a Sida, Fred Adegboye tornou-se o primeiro jornalista seropositivo na Nigéria a ter revelado seu estado serológico.

“Essa experiência me mostrou que para as pessoas seropositivas que, como eu, sofrem alguma forma de discriminação, a vida não dá o que merecemos, mas aquilo que pedimos e para o qual lutamos muito”, disse ele na ocasião de um encontro em Lagos, a metrópole portuária do sul do país.

Progresso

Os ativistas da Sida acolheram com entusiasmo uma vitória que eles consideram como sinal dos progressos efetuados na luta contra a discriminação na Nigéria, o terceiro país do mundo mais afetado pela epidemia (em termos de número de pessoas infectadas), depois da Índia e da África do Sul. Segundo as Nações Unidas, 3,9 por cento dos 126 milhões de nigerianos são seropositivos.

“É um exemplo de uma campanha de sucesso e de uma grande vitória que não deve ser subestimada”, disse o Dr. Pat Matemilola, coordenador nacional da Rede de Pessoas Seropositivas do Nigéria, o NEPWHAN.

O Dr. Matemilola espera que Adegboye, sendo o único jornalista abertamente seropositivo no país, “servirá como exemplo de um jornalista que luta e obtém resultados, mas que também mostrará ao mundo inteiro que o HIV/Sida não torna as pessoas incapacitadas”.

A Dra Morenika Upong, coordenadora nacional do grupo nigeriano em favor das vacinas HIV e dos microbicidas, se diz feliz com o sucesso de Adegboye.

“Estamos felizes com a vitória obtida neste caso específico e orgulhosos que Adegboye tenha terminado com sucesso sua formação, como os que não são seropositivos, mas não temos ilusões sobre o fato de que ainda não atingimos nosso objetivo: acabar com a estigmatização. Não devemos relaxar agora”, disse ela.

Para a organização nigeriana Jornalistas contra a Sida (JAAIDS, em inglês), na vanguarda da mobilização em favor da reintegração de Adegboye no NIJ, deve-se festejar Fred Adegboye como exemplo de uma pessoa seropositiva que está pronta a fazer sacrifícios pessoais para lutar contra a estigmatização.

“O preço que ele pagou é enorme, porque as informações que Adegboye tinha sobre o HIV ... não eram suficientes para permitir que ele revelasse publicamente sua seropositividade, mas foi o que ele fez”, disse Kigsley Obom-Egbulem, responsável pela seção Comunicação e pesquisa da JAAIDS.

Obom-Egbulem reconhece que a eliminação da estigmatização é um objetivo que ainda está longe de ser atingido, e que o sucesso de Adegboye é, por enquanto, uma vitória isolada.

“Neste exato momento, existem muitas organizações que se recusam a empregar pessoas seropositivas e escolas que recusam crianças infectadas pelo HIV ou filhos de pais seropositivos”, disse ele. “Os nossos resultados talvez não sejam bons o suficiente, mas nós deveríamos ver o caso de Adegboye como um sinal de que podemos ganhar a batalha contra a estigmatização se nos esforçarmos ainda mais”.

Fred Adegboye declarou que agora começaria a procurar um emprego.


Tema(s): (IRIN) Média, (IRIN) Estigma/Direitos Humanos/Leis

[FIM]

[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas]
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