NIGÉRIA: Pessoal de saúde discrimina pacientes HIV+

Photo: Dulue Mbachu/IRIN  |
Pessoal de saúde e pacientes HIV+: relações por melhorar |
LAGOS, 30 Agosto 2006 (PlusNews) - Na Nigéria, um número inquietante de profissionais de saúde recusa tratar pacientes seropositivos, denuncia um relatório da organização internacional Médicos pelos Direitos Humanos, cuja sigla em Inglês é PHR.
Intitulado “O acesso aos cuidados de saúde para as pessoas vivendo com o HIV”, o estudo foi apresentado na XVI Conferência sobre a Sida em Toronto, Canada, em meados de agosto, pela PHR, organização sediada nos Estados Unidos.
O estudo revela que, entre mais de mil profissionais de saúde entrevistados, 10 por cento reconhecem já ter recusado cuidados médicos a uma pessoa por causa da sua seropositividade, e mais de 66 por cento viram colegas agirem da mesma maneira.
Entre as razões evocadas para justificar esta recusa, o medo de ser infectado é citado por 81 por cento dos questionados. A contaminação dos locais e instrumentos médicos, assim como a falta de materiais específicos para o tratamento de HIV, vem em seguida, respectivamente com 17 e 10 por cento.
Falta informação
O relatório precisa que 48 por cento do pessoal de saúde inquerido acredita de que uma pessoa HIV+ não pode ser devidamente tratada na sua unidade, enquanto sete por cento estimam que “tratar alguém com o HIV/Sida é um desperdício de recursos preciosos”.
Realizado nos estados de Abia, Gombe, Kano e Oyo, o estudo descobriu que a maioria dos trabalhadores de saúde não tinha treinamento suficiente sobre a prevenção e tratamento de HIV/Sida.
Para os médicos, enfermeiros e parteiras abrangidos, o acesso à informação actualizada sobre a pandemia é limitado, acrescenta o estudo.
“O estigma associada ao HIV/Sida e o comportamento discriminatório adoptado pelos agentes de saúde tiveram um impacto enorme nas pessoas vivendo com o HIV/Sida”, lamenta, num comunicado, o diretor executivo do PHR, Leonard Rubenstein.
“Tais práticas prejudicam o sector da saúde em geral, diminuem a confiança dos pacientes nos profissionais, dissuadindo as pessoas infectadas pelo HIV/Sida de procurarem cuidados médicos, e assim, finalmente, contribuem para a propagação do vírus”, disse.
Para lutar contra esta discriminação, o estudo recomenda que os profissionais da saúde devem ter melhor protecção, formação e informação sobre HIV/Sida.
Leia o relatório em inglês no: www.phrusa.org
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Tema(s): (IRIN) Cuidados/Tratamento
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[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas] |
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