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NIGÉRIA: Laboratórios e bancos de sangue não cumprem normas de segurança


Photo: Afif Sarhan/IRIN
Mais cuidados, sangue seguro
LAGOS, 25 Agosto 2006 (PlusNews) - O recente escândalo de uma recém-nascida que testou HIV+ após uma transfusão sanguínea num hospital público de Lagos, a maior cidade portuária do sul da Nigéria, revela as graves lacunas na questão da segurança das doações de sangue no país.

Em princípio, a Nigéria dispõe de uma regulamentação em matéria de segurança das doações de sangue. Mas o facto é que várias unidades de saúde, incluindo as públicas, não aplicam estas regras e operam bem abaixo das normas mínimas de segurança.

Oyinkansola Eniola, uma menina nascida por cesariana, no Hospital Universitário de Lagos (LUTH, da sigla em inglês), em Novembro de 2005, testou HIV+ nove dias depois. Sabendo-se que os seus pais eram seronegativos, isso veio alimentar o medo da população quanto ao risco da transmissão do vírus através da transfusão sanguínea.

Os responsáveis do hospital, um dos mais importantes do país, acusados pelos pais de terem contaminado o seu bebé, rejeitaram as acusações.

Mas como eles recusaram revelar os resultados da investigação interna, o Ministro da Saúde, professor Eyitayo Lambo, formou uma equipa de peritos independentes para “revelar a negligência nas estruturas públicas”.

A conclusão deles foi que “a falta de um centro adequado para a colecta de sangue no LUTH” originou a infecção da criança.”

Em consequência disso, vários funcionários seniores do LUTH foram demitidos e Lambo anunciou que o Ministério da Saúde garantirá a atenção médica completa à criança infectada.

Largamente divulgado pela imprensa, este escândalo provocou muita emoção na Nigéria. O Estado de Lagos começou a controlar a aplicação de medidas para garantir a segurança das transfusões nos laboratórios e bancos de sangue.

Condições deploráveis

Um comité de transfusão de sangue foi formado para verificar se as unidades sanitárias aplicam a regulamentação do Estado, num país com mais de 120 milhões de habitantes e quatro por cento de seroprevalência média entre pessoas dos 15 aos 49 anos de idade, segundo o Onusida.

Após uma ronda de controlo efectuada pelo comité, um laboratório foi fechado e várias outras unidades foram intimadas a cumprirem com as regras, sob pena de encerramento. Actualmente, nenhum laboratório pode funcionar sem a autorização do comité.

“Nós visitamos 12 laboratórios e alguns deles não querem mais conservar sangue, porque lhes demos regras muito severas para serem aplicadas”, diz o secretário executivo do comité, Dr. Modupe Olaiya.

Olaiya reconhece que a maioria das unidades visitadas exercem as suas actividades em condições deploráveis.

“Visitamos um banco de sangue tão pequeno que mal cabiam duas pessoas dentro. Grande número deles utilizam simples geleiras para conservar o sangue”, diz ele.

O sangue deve ser conservado em local refrigerado para reduzir a proliferação de bactérias e prolongar a duração da sua utilização. As geleiras normais não são adequadas, porque não permitem manter as temperaturas recomendadas para uma boa conservação do sangue, ainda menos em zonas onde os cortes de electricidade são frequentes.

As condições de higiene constatadas em certos laboratórios e bancos de sangue visitados eram também inaceitáveis, diz Olaiya, acrescentando que, por exemplo, não tinham nenhum local previsto para os funcionários lavarem e desinfectarem as mãos.

Sangue não seguro

Apesar da regulamentação em vigor, que prevê, em princípio, o controle sistemático de todos os lotes de sangue nas unidades sanitárias reconhecidas pelo governo, Olaiya reconhece que algumas delas “efectuavam o controle sozinhas, com meios de testagem [não conformes]”, colocando “vidas em perigo”.

Os dois problemas cruciais de África em termos de transfusão sanguínea são “a falta de sangue e o sangue não seguro”, disse a coordenadora da garantia de segurança da transfusão sanguínea na Organização Mundial da Saúde, Dra Neelam Dhingra, numa reunião sobre o tema, em Junho, em Washington, nos Estados Unidos da América.

“As transfusões sanguíneas não seguras contribuíram para o enorme fardo do HIV e de outras infecções na África subsaariana”, afirmou Dhingra.

Entre cinco a dez por cento das infecções por HIV no mundo são por causa de transfusões sanguíneas efectuadas com lotes e produtos contaminados, segundo as Nações Unidas.


Tema(s): (IRIN) Prevenção

[FIM]

[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas]
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