ZÂMBIA: Moderno se une ao antigo para agilizar os testes de HIV nos bebés

Photo: Manoocher Deghati/IRIN  |
Sem a prevenção da transmissão vertical, 40 por cento das crianças contraem o HIV das suas mães |
LUSAKA, 7 Agosto 2007 (PlusNews) - O correio normal se tornou um aliado para detectar o HIV entre as crianças de até 18 meses. Antes deste período, os bebés têm anticorpos da mãe, e por isto os testes comuns podem indicar que os filhos de seropositivas também têm o HIV, o que nem sempre é verdade.
Na Zâmbia, até agora, o único meio seguro disponível para testar os bebés tem sido através de testes de HIV depois dos primeiros 18 meses de vida, diz Albert Mwango, coordenador nacional do tratamento antiretroviral.
Os testes são feitos com máquinas de reacção em cadeia do polimerase (PCR) no Hospital de Treinamento Universitário (HTU) e na Clínica de Kalingalinga, ambos em Lusaka, a capital, e no Hospital Arthur Davison, em Ndola, na província nortenha de Copperbelt.
Entretanto, como resposta a esta limitação, o governo encontrou uma estratégia que une o moderno ao antigo.
A partir de agora os testes podem também ser feitos em amostras de sangue seco, que são fáceis de colher e enviar através do correio.
Um conjunto de centenas de amostras de sangue seco através do serviço de correio expresso custa entre três e cinco dólares norte americanos, o que é mais barato que comprar máquinas PCR para cada hospital distrital.
“Isto é uma coisa que nós podemos sustentar, com o apoio dos nossos parceiros de cooperação. Mas o mais importante é que já não vamos mais atrasar o tratamento à espera de testes de confirmação depois de os bebés atingirem os 18 meses”, disse Mwango.
Estudos mostram que, sem intervenção antiretroviral, 40 por cento das mães seropositivas transmitem o HIV aos seus filhos e cerca da metade deles vão morrer antes dos dois anos de idade.
Mas com o novo método de testagem, aumentam as possibilidades de diagnosticar mais de 300 mil crianças por ano na Zâmbia.
...Já não vamos mais atrasar o tratamento dos bebés... |
Max Bweupe, coordenador do programa de prevenção da transmissão vertical do HIV no departamento de saúde, disse ao PlusNews que a testagem nas mães já é rotina nas clínicas pré-natais.
Mas, segundo Chipepo Kankasa, chefe da pediatria do HTU, está aumentar o número de crianças seropositivas porque muitas mulheres grávidas ainda não são contempladas pela prevenção da transmissão vertical.
Nesta que é a única unidade de referência no país, os testes PCR possibilitam um diagnóstico antecipado, aumentando a possibilidade de sobrevivência das crianças seropositivas.
Das crianças seropositivas testadas no HTU, 60 por cento têm menos de seis meses de idade.
A seroprevalência entre os adultos é de aproximadamente 17 por cento.
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Tema(s): (IRIN) Cuidados/Tratamento
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[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas] |
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