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ANGOLA-ZÂMBIA: Refugiados retornam com conhecimentos sobre a Sida


Photo: Jason Hopps/IRIN
Crianças refugiadas, mensageiras da prevenção
CAMPO DE MAYUKWAYUKWA, 16 Novembro 2006 (PlusNews) - Quatro anos depois do fim da guerra civil em Angola, 25 mil refugiados angolanos ainda vivem na Zâmbia esperando o repatriamento.

A taxa de prevalência de HIV/Sida na Zâmbia é de 18 por cento, enquanto em Angola é de quatro por cento. Para Angola o desafio é manter essa taxa relativamente baixa sob controle.

Cerca de 170 mil angolanos já retornaram à terra natal. Alguns dos quais haviam fugido do conflito nos anos 70. É o regresso a um país onde o isolamento provocado pela guerra ajudou a ter uma seroprevalência baixa.

Esta situação induz a um questionamento: será que a paz e a reabertura do país vão significar um aumento das taxas de infecção? O problema é agravado pelo baixo nível de conhecimento dos angolanos sobre o HIV/Sida - o que é a doença e como evitá-la.

Na Zâmbia, a Organização Internacional para a Migração (OIM) e a Associação Cristã para o Auxílio e Desenvolvimento (CORD) planificaram um grande número de programas para educar os refugiados angolanos sobre os perigos do HIV/Sida.

Vencer o medo

“Quando os refugiados voltam para Angola, eles geralmente enfrentam a discriminação, porque a população acha que eles trazem o HIV ou outras doenças”, diz Elizabeth Barnhart, da OIM.

Barnhart aponta que “os refugiados têm que ter mais confiança em si mesmos para conseguirem falar sobre este problema de maneira inteligente e vencer o medo. Além disso, eles deverão transmitir aos seus compatriotas o que aprenderam na Zâmbia”.

O Campo de Mayukwayukwa, a oeste da Zâmbia, abriga milhares de refugiados angolanos. Ali, eles aprendem sobre sexo seguro, eliminação de estigma e mitos sobre o HIV/Sida.

No final da tarde, dezenas de crianças agitadas reúnem-se defronte do televisor para assistir a um filme sobre a Sida. Ao aparecerem as primeiras imagens, as crianças ficam em silêncio.

Os desenhos animados mostram meninos que querem jogar futebol, mas não têm bola. Então juntam embalagens de preservativos e fazem uma bola. Quando a bola de preservativos se desmancha, o jogo termina.

É difícil dizer se a mensagem passa, mas as crianças riem e aplaudem aos bonecos. Para muitos deles, este filme é a primeira lição sobre o sexo seguro e os perigos de HIV/Sida.

As crianças são também encorajadas a transmitir o que aprenderam quando regressarem para Angola.

Os refugiados mais jovens – rapazes e raparigas - são encorajados a participar de um torneio de futebol, onde se fala de sexo seguro e de HIV/Sida antes e depois dos jogos.

Nas lições sobre técnicas agrícolas, os voluntários do Corpo da Paz adicionam aspectos sobre a nutrição e saúde em geral.

A alfabetização e as sessões sobre saúde ajudam a sensibilizar sobre HIV/Sida e outras doenças.

As pessoas sexualmente activas recebem preservativos gratuitos no campo.

Aceitação do problema

“Todos estes programas têm o objectivo de prevenir a transmissão do HIV no campo e de educar os que não estão infectados”, diz o porta-voz da CORD, Chola Musonda.

Optimista que as mensagens serão replicadas em Angola, Musonda acentua que “se os mitos sobre a doença passam de uma pessoa para a outra, por quê não a verdade?”.

Quando Lucas Xavier, de 43 anos, casado e pai de duas crianças, fugiu de Angola para a Zâmbia, em 2000, não sabia nada sobre o HIV, excepto que era uma doença que podia matar.

Depois de ter sido um aluno aplicado nas aulas de saúde da OIM, Xavier ensina aos outros, em Mayukwayukwa.

“A prevenção é muito importante, não se deve fazer sexo sem protecção, não se deve partilhar as mesmas lâminas de barbear, não se apanha a Sida bebendo no mesmo copo ou abraçando alguém...é incrível o que as pessoas podem pensar”, diz Xavier

Embora sem dados exactos, a OIM diz que a taxa de HIV naquele campo é “extremamente baixa”.

A experiência positiva do campo de refugiados prova que pessoas pobres e sem escolaridade podem aprender como evitar a doença.

Segundo Barnhart os refugiados lidaram com o problema aceitando-o.

“Nos vídeos eles vêm os outros enfrentando o problema e percebem que existe alguma coisa que não se deve esconder por vergonha. Quando eles regressarem à Angola, a prevenção será a melhor arma que terão consigo”, diz ela.


Tema(s): (IRIN) , (IRIN) Prevenção, (IRIN) Estigma/Direitos Humanos/Leis

[FIM]

[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas]
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