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RUANDA: Explosão de HIV na cadeia estimula prevenção


Photo: Arthur Asiimwe/IRIN
Prisioneiros transportam um colega doente
KIGALI, 1 Setembro 2006 (PlusNews) - A Cadeia Central de Kigali, na capital do Ruanda, tem o maior número de prisioneiros seropositivos do país.

“Tem sido muito difícil manter este [visitante] do lado de fora. Não se pode vê-lo chegar e é impossível vê-lo a ser transmitido”, disse o chefe dos guardas prisionais, Vincent Rugema.

A Cadeia Central acolhe mais do que três vezes a capacidade recomendada. A maioria de presos espera julgamento por crimes relacionados com o genocídio de 1994, no qual o governo estima que foram assassinados 940 mil Tutsis e Hutus moderados.

Uma pesquisa demográfica nacional de saúde, realizada em 2005, revelou que três por cento da população ruandesa de oito milhões vive com o HIV.

Mas entre os seis mil presos da Cadeia Central, 16.5 das mulheres e 15 por cento dos homens são seropositivos, segundo a Comissão Nacional para a Luta contra o HIV/Sida (CNLS).

Nas grades com o vírus

Ramathan Iyakaremye, electricista, 33 anos de idade, dez dos quais na cadeia, foi condenado à prisão perpétua por ter assassinado dois vizinhos e organizado uma barricada mortal numa estrada durante o genocídio.

Mas uma preocupação mais imediata pesa em sua mente: “Eu não preciso de prisão perpétua, esta doença vai me levar muito antes do que qualquer sentença ou outra coisa”.

Ele soube da sua seropositividade, no final de 2005, após um teste gratuito do HIV feito por uma organização não governamental local.

Iyakaremye não tem recursos para melhorar a dieta na prisão. Os medicamentos antiretrovirais que prolongariam a sua vida não estão disponíveis.

“Olhe”, disse levantando a manga do seu uniforme cor-de-rosa, “eu estou encolhendo a cada dia, eu estou desaparecendo”.

Cadeias sem preservativos

Os presos seropositivos dizem que foram infectados antes de serem detidos, porque o regulamento da cadeia não permite visitas conjugais. No entanto, há outras formas de apanhar o vírus.

“Por falta de escolha, alguns homens procuram noutros homens o que deveriam receber de suas esposas ou de outras mulheres; basicamente, homens dormem com homens”, disse o prisioneiro Jean-Bosco Habiyambere.

O presidente da CNLS, Nathan Gasatura, disse que não conhece nenhum caso de homossexualidade nas prisões do Ruanda, mas “julgando pelas tendências comuns noutros lugares, é possível que, por falta de parceiros heterossexuais, os prisioneiros adoptem tais práticas sexuais”.

Há também relatos de prisioneiros sexualmente activos durante o trabalho fora da prisão e de outros subornando os guardas para permitirem visitas de familiares e amigos.

“Eu vi homens que têm filhos biológicos de três anos, quando já faz 10 anos que estão presos”, disse a jornalista Sula Nuwamanya.

O governo não fornece preservativos aos prisioneiros, mas Gasatura reconhece que “se há suspeita de práticas sexuais entre os prisioneiros, então seria melhor fornecer-lhes preservativos”.

Educar

Embora os prisioneiros não recebam ARVs, há cerca de três anos que as autoridades estão mais atentas à prevenção de HIV e ao aconselhamento.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha informa aos prisioneiros sobre o HIV e sobre os perigos do comportamento de alto risco. A Population Services International (PSI), organização internacional de saúde, oferece aconselhamento e teste voluntários e treina educadores de pares para influenciar a mudança de comportamento e fornecer aconselhamento.

Com o apoio das duas organizações, o CNLS organizou, em Julho, sessões de formação em várias prisões do Ruanda, nas quais os funcionários e os presos aprenderam como sensibilizar os seus companheiros sobre a Sida.

Segundo Gasatura, “com todas as iniciativas de justiça e reconciliação que estão acontecendo, milhares de suspeitos do genocídio estão sendo liberados e voltando para as suas cidades e vilas”.

“O que estas pessoas trazem de volta para as suas comunidades nos preocupa muito. Nós também vemos esta situação na perspectiva de que são compatriotas ruandeses que precisam de cuidados como qualquer outra pessoa”, disse ele.


Tema(s): (IRIN) Cuidados/Tratamento, (IRIN) Prevenção, (IRIN) Estigma/Direitos Humanos/Leis

[FIM]

[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas]
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