SUAZILÂNDIA: Seroprevalência ainda é a maior do mundo

Photo: James Hall/IRIN  |
Expectativa de vida é 30 anos |
MBABANE, 2 Julho 2007 (PlusNews) - O primeiro Estudo de Saúde Demográfica da Suazilândia concluiu que 26 por cento da população sexualmente activa está com HIV.
Apesar da taxa ser menor que a última estimativa nacional, quando através de um teste com gestantes encontrou-se uma prevalência do HIV de 38.6 por cento, não foi suficiente para tirar a Suazilândia do topo mundial de maior seroprevalência.
Em Botswana cerca de 24 por cento de pessoas, entre 15 e 49 anos, estão infectadas e no Lesoto são 23 por cento.
“Seja qual for à maneira como faremos as medições, acharemos números que indicam alta seroprevalência”, disse Derek von Wissell, director do Conselho Nacional da Resposta de Emergência sobre HIV e Sida.
Para esta pesquisa, homens e mulheres de diversas casas do país foram testados pelo Gabinete Central de Estatísticas através duma parceria entre os Ministérios da Saúde e da Acção Social.
Informados, mas inconscientes
Noventa e nove por cento dos participantes do estudo disseram que conheciam a Sida, mas metade admitiu fazer sexo sem preservativos e ter vários parceiros sexuais.
Os homens têm 23 por cento a mais de probabilidade de ter tido sexo com mais do que uma parceira no último ano, entretanto mais mulheres do que homens tinham feito sexo antes dos 24 anos.
Apenas 12 por cento das famílias suazis disseram usar preservativos como forma de planeamento familiar, enquanto 17 por cento das mulheres usavam contraceptivo injectável e 10 por cento usavam contraceptivo em comprimidos.
Mulheres com educação secundária ou terciária tinham muito maior probabilidade de usar alguma forma de planeamento familiar, e de ter o parto num hospital, onde os serviços de prevenção da transmissão da mãe para o filho estão disponíveis.
Apenas 55 por cento das mulheres com níveis mais baixos de educação fizeram o parto num hospital.
O representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Niel Boyer, disse numa conferência de imprensa, que teve lugar no Ministério da Planificação e Desenvolvimento, que os grupos etários mais produtivos no país eram os mais afectados pela epidemia.
Já Von Wissell destacou que a cifra de 26 por cento se refere somente à população sexualmente activa.
“Ainda podemos reduzir este número. Desde que se mude de comportamento”, disse.
O estudo também concluiu que a população da Suazilândia reduziu de 1.2 para 1.1 milhão; a expectativa de vida actual é de aproximadamente 30 anos; 85 em cada mil crianças suazis agora morrem durante o seu primeiro ano de vida, e 120 morrem antes de completar cinco anos.
Pobreza e fome contribuíram para a alta mortalidade infantil, e em 24 por cento das casas analisadas as crianças mostraram sinais de atraso de crescimento devido à mal-nutrição.
A Sida afectou ainda seriamente a segurança alimentar do país ao dizimar grande número de trabalhadores agrícolas, principalmente homens adultos e chefes de pequenas quintas de subsistência.
Os chefes das agências das Nações Unidas na Suazilândia vão se reunir nesta semana para desenhar estratégias de combate à crise de Saúde que está progressivamente a drenar os recursos do país.
|
Tema(s): (IRIN) Prevenção, (IRIN) Pesquisa
[FIM] |
[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas] |
|
|
|
|