MALAUÍ: Mostrem-nos o dinheiro, reclama Stephen Lewis
LILONGWE, 31 Outubro 2006 (PlusNews) - “Onde é que está o dinheiro? (...) os países ricos prometeram duplicar a ajuda financeira à África. O governo do Malawi desdobra-se para ajudar a sua população, porque não há dinheiro”.
Assim reclamou o enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Sida em África, Stephen Lewis, em visita àquele país com 13 milhões de habitantes e 14 por cento de seroprevalência.
Segundo Lewis, os países mais ricos do mundo estão a enfraquecer o Malawi, que luta para cuidar a mais de dois milhões de órfãos e crianças vulneráveis.
A promessa de duplicar o financiamento para o combate à Sida em África foi feita, em Julho de 2005, na Cimeira de Gleneagles, Escócia, pelos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia.
Lewis reclamou depois de visitar o Consol Homes, centro que acolhe 12 mil crianças órfãs, e é apoiado pela sua fundação e Unicef, perto da capital Lilongwe.
Além de garantir bolsas de estudo para cursos vocacionais a 300 órfãos, o Consol Homes também dá o financiamento inicial às mulheres chefes de famílias para desenvolverem actividades lucrativas.
Malawi precisa de um estudo para determinar o número exacto de órfãos, o que “vai ajudar a planificar melhor”, disse Cyrus Jeke, director adjunto de assuntos da criança no Ministério da Mulher e Desenvolvimento da Criança. Mas é preciso financiamento, referiu.
Para Lewis, se as nações mais ricas “tivessem cumprido as suas promessas, este exercício que o governo pretende implementar não seria um problema”.
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