GLOBAL: Fracasso da vacina representa retrocesso em esforços anti-Sida
Photo: Kristy Siegfried/PlusNews |
Um voluntário recebe a vacina contra o HIV ainda em estudo clínico num centro de pesquisa em Klerksdorp, África do Sul |
JOHANNESBURG, 3 Outubro 2007 (PlusNews) - A notícia de que os testes clínicos de uma das mais promissoras e avançadas vacinas contra o HIV foram interrompidos provocou um choque considerável nos esforços de prevenção globais.
O laboratório Merck, que desenvolveu a vacina, anunciou o fim do recrutamento e da vacinação de voluntários no estudo financiado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos.
A razão foi a falta de provas de que a vacina tivesse diminuído o risco de infecção pelo HIV ou reduzido a gravidade da infecção entre os voluntários que contraíram o vírus durante os testes.
Os dados resultam da segunda fase dos testes clínicos efetuados na América do Norte e do Sul, no Caribe e na Austrália, iniciados em Dezembro de 2004. A maioria dos voluntários eram homossexuais e trabalhadores do sexo, considerados em alto risco de contrair o HIV.
Entre as 741 pessoas que receberam pelo menos uma dose da vacina, foram detectados 24 casos de infecção pelo HIV após 13 meses, contra 21 casos entre as 762 pessoas do grupo placebo. A vacina também não conseguiu reduzir a quantidade do vírus presente no sangue daqueles que foram infectados.
Uma segunda fase II do estudo clínico da vacina, que começou a recrutar voluntários na África do Sul este ano, também foi interrompida. O teste sul-africano, chamado “Phambili”, já havia recrutado 700 voluntários que tinham começado a receber uma série de três injeções.
Em reportagens da mídia local, a pesquisadora principal do teste sul-africano Glenda Gray, da Unidade de Pesquisa Perinatal de Pesquisa do HIV da Universidade de Witwatersrand em Soweto, enfatizou que nenhum dos voluntários tinha sido colocado em risco, já que a segurança da vacina já havia sido demostrada em estudos anteriores.
Um jornal local, entretanto, citou que a ministra da Saúde sul-africana Manto Tshabalala-Msimang se mostrava preocupada quanto ao fato de tais testes estarem sendo conduzidos com “pressa”, colocando em risco a vida dos participantes.
O soro fazia parte de uma nova classe de vacinas contra o HIV que tinha despertado a esperança dos cientistas, depois que as primeiras tentativas de desenvolver uma vacina usando uma abordagem mais tradicional não haviam produzido resultados.
Ele usava uma versão enfraquecida do vírus da gripe comum para transportar três genes sintéticos do HIV, com o objetivo de estimular a reação do sistema imunitário quando exposto à verdadeira doença.
Embora os resultados preliminares tenham mostrado que a vacina tinha conseguido provocar uma reação do sistema imunitário, a equipe responsável pela monitoração da segurança dos dados concluiu que a vacina não protegia contra a infecção pelo HIV. As consequências de tais achados sobre outras vacinas com base no mesmo tipo de abordagem ainda são desconhecidas.
“É uma grande decepção para todos nós que estamos envolvidos na pesquisa de uma vacina contra o HIV”, disse Gray, em um comunicado publicado pela Merck. “A comunidade científica deve continuar a luta para descobrir uma vacina e garantir às próximas gerações um futuro sem HIV.”
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Tema(s): (IRIN) Pesquisa
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[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas] |
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