GUINÉ-BISSAU: Governo restabelece actividades no hospital de TB

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Respirando aliviados: hospital referência em tuberculose de volta ao trabalho |
BISSAU, 3 Agosto 2007 (PlusNews) - Suspensos na semana passada por falta de energia eléctrica, as consultas externas e os serviços de radiologia no Hospital de Pneumologia Raul Floro, único hospital de referência em Guiné-Bissau para pacientes de tuberculose, foram reiniciados essa semana.
Diante da interrupção, o governo guineense forneceu 15 mil litros de gasóleo para o funcionamento dos geradores do hospital durante os próximos três meses e retomou o abastecimento de energia eléctrica pela rede pública.
Os serviços haviam sido suspensos em 24 de Julho porque as autoridades guineenses não cumpriram o acordo estabelecido com a organização italiana de caridade Comunidade Santo Egídio em 2003: garantir energia eléctrica ou combustível para o funcionamento do hospital.
Cerca de 250 pacientes de tuberculose (TB) ficaram sem atendimento durante os quatro dias em que as consulta e o raio-X foram fechados.
“Nossos geradores não tinham capacidade de resposta para todo o hospital, por isso tivemos que suspender esses serviços”, disse António Guilherme Silá, representante da Comunidade Santo Egídio no país.
Cerca de 97% das despesas do funcionamento do hospital Raul Floro são cobertas pela Comunidade Santo Egídio, e tanto as consultas como as análises e o tratamento são gratuitos.
“Agora os serviços já estão funcionando em sua totalidade”, disse António Guilherme Silá, representante da Comunidade Santo Egídio no país. “Esperamos que isso não volte a acontecer. Temos confiança que o governo vai cumprir sua parte do acordo.”
É uma vergonha nacional não garantir energia elétrica a um hospital que salva milhares de vidas. |
“Vergonha nacional”
Além do tratamento para TB, a instituição administra também antiretrovirais para pacientes co-infectados com TB e HIV, gratuitamente. A TB é uma das primeiras e das mais letais infecções oportunísticas nos seropositivos, e a co-infeçcão de TB e HIV está em aumento em África. A seroprevalência em Guiné Bissau é de quatro por cento.
A suspensão dos serviços na semana passada foi recebida com desagrado pelos familiares dos doentes atendidos no hospital, que responsabilizaram o governo guineense por submeter os pacientes a uma morte lenta.
Ussumane Mané, familiar de um dos pacientes de TB, afirmou que “ é uma vergonha nacional ter um governo que não consegue garantir energia eléctrica a um hospital que salva milhares de vidas.”
Guiné Bissau é um dos países mais pobres do mundo, com 80 por cento de sua população vivendo abaixo da linha da pobreza. Um longo período de instabilidade política levou a uma crise económica, deteriorando as condições sociais e levando a uma crise generalizada dos serviços e infra-estrutura.
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Tema(s): (IRIN) Cuidados/Tratamento
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[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas] |
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