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SOMÁLIA: Serviços de Sida procuram espaço no meio da violência


Photo: IRIN
Violência pode atrasar a luta contra a Sida
MOGADÍSCIO, 29 Novembro 2006 (PlusNews) - Dois anos após a abertura, na Somália, do primeiro Centro de Aconselhamento e Testagem Voluntária (CATV) os serviços de tratamento, cuidado e o apoio aos seropositivos evoluíram muito, mas a retomada da violência ameaça esse avanço.

“Todo o centro-sul da Somália, área mais necessitada, é inacessível. Isto significa que eles não beneficiam de meio milhão de dólares americanos [do Fundo Global] ”, diz o Dr. Fernando Morales, assessor técnico do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), naquele país.

“Não há como efectuar o treinamento e a supervisão, uma vez que nenhum funcionário das Nações Unidas e a maioria de especialistas e expatriados de ONGs podem entrar”, conta.

Após 15 anos sem um governo funcional, em 2004, foi instaurada uma autoridade transitória para restaurar a lei e a ordem. Porém, a sua legitimidade foi contestada por um novo grupo, a União dos Tribunais Islâmicos que, em Junho, tomou o controlo da capital Mogadíscio e continua a estender a sua autoridade à maior parte do centro-sul do país.

Mesmo antes da retomada da violência, as condições para os provedores de serviços da Sida eram difíceis.

“Não há pessoal treinado suficiente na Somália, o que provoca atrasos nos programas. Nós temos que treinar equipas médicas, de laboratório e conselheiros”, diz Malwevi Inwani, director clinico da Merlin, uma organização inglesa de assistência médica internacional.

“É difícil organizar cursos de treinamento, já que temos que trazer consultores externos”, acrescenta.

A inexistência de uma rede rodoviária e a insegurança tornam necessário o transporte aéreo de equipamentos, o que é oneroso e ficou ainda mais difícil com a proibição de vôos para a Somália pelo Quénia, país vizinho e centro regional de organizações humanitárias.

Progressos notáveis

Apesar disso, nos últimos anos, o país registou progressos notáveis na área de HIV/Sida.

O financiamento do Fundo Global das Nações Unidas contra a HIV/Sida, Tuberculose e Malária permitiu a expansão dos serviços de HIV; são treinados conselheiros para os CATV, e o sangue agora é testado antes das transfusões.

Um CATV gerido pela Merlin, em Bosasso, capital da região nordeste de Puntland, que se auto-declarou autónoma, funciona há seis semanas.

Até agora, mais de 20 pessoas visitaram o centro, cinco das quais diagnosticadas seropositivas.

Em Hargeisa, capital da Somalilândia, 80 pacientes estão em tratamento antiretroviral.

Num país altamente conservador, esses dados podem ser considerados um caso de sucesso.

Estigma e baixa seroprevalência

“As pessoas hesitam em vir ao centro...existe um estigma muito grande. Há somente um ano que algumas pessoas declararam publicamente a sua seropositividade e nós os consideramos como heróis” diz Inwani.

Segundo o Onusida, a seroprevalência média, entre somalis dos 15 aos 49 anos, é de 0.9 por cento.

“A taxa de prevalência do HIV é baixa comparada aos países vizinhos, mas sendo a Somália um país islâmico, existe muita rejeição. Esforçamo-nos para garantir que esta taxa continue baixa”, diz Inwani.

Segundo Morales, factores protecionistas contribuíram para manter a taxa baixa. A situação conflituosa do país, desde 1991, reduziu a mobilidade a áreas de maior seroprevalência como o Quénia, com uma taxa média de 5.9 por cento. A combinação de conservadorismo cultural e religioso também teve um impacto sobre ela.

No entanto, Morales diz que há vários factores de risco, como uma ignorância generalizada sobre o HIV/Sida e a desigualdade entre os homens e as mulheres.

O recente conflito também provocou uma debandada de refugiados em direcção às fronteiras onde, desarraigados e vulneráveis, correm mais riscos de se expor ao HIV.


Tema(s): (IRIN) Cuidados/Tratamento, (IRIN) Prevenção, (IRIN) Estigma/Direitos Humanos/Leis

[FIM]

[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas]
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