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RUANDA: “A camisinha invisível” e outros mitos sobre circuncisão masculina


Photo: IRIN
Será que os homens verão a circuncisão como substituição do preservativo?
KIGALI, 19 Fevereiro 2009 (PlusNews) - Ruanda está prestes a adoptar a circuncisão masculina como parte de sua estratégia nacional de prevenção do HIV, mas especialistas temem que um aumento da demanda antes que uma campanha pública de sensibilização seja lançada possa ter consequências negativas.

Alphonse Ndakengerwa, médico do hospital King Faisal na capital, Kigali, disse que as clínicas na cidade foram recentemente invadidas por pedidos de circuncisão, principalmente como resultado de matérias sobre pesquisa nos meios de comunicação, mostrando que o risco de infecção pelo HIV em homens circuncidados é menor.

Os resultados de três estudos clínicos randomizados e controlados no Quénia, na África do Sul e na Uganda mostraram que a circuncisão poderia reduzir consideravelmente o risco para os homens de infecção do HIV através de relações sexuais.

Contrariamente a muitos outros países de África, em Ruanda homens e meninos não são circuncidados num rito de passagem, e embora informações oficiosas tenham sido transmitidas à população, poucas pessoas realmente compreendem as vantagens e os riscos deste procedimento.

“Para mim, eu acredito que quando fazes uma circuncisão, é como um preservativo invisível”, disse Ignace Hategekimana, 27 anos, estudante em Kigali, que foi recentemente circuncidado. “Ela reduz o risco de infecção.”

Antoine Rwego, especialista em circuncisão no Centro de Pesquisa e Tratamento da SIDA em Ruanda (TRAC, em inglês), disse que existe o perigo de que os homens ruandeses vejam na circuncisão um substituto do preservativo. “Se não transmitirmos a mensagem certa podemos aumentar o risco de transmissão do HIV”, disse ele.

Intepretações errôneas

Rwego estava preocupado principalmente com a crença de vários homens de que este procedimento melhora o empenho sexual e fornece imunidade total contra doenças sexualmente transmissíveis, e os comentários de Hategekimana justificaram esta preocupação.

“Antes de eu ir ao hospital, conversei com muitos amigos e eles me disseram que era uma boa coisa... quando o prepúcio é retirado, sentes o sexo muito bem. Quanto fizestes a circuncisão não podes ser ferido durante o sexo”, disse ele.

Stephenson Musime, cirurgião do hospital King Faisal, concordou com Rwego. “Alguns acreditam que serão mais homens... muitas pessoas acreditam que isto os torna mais fortes e aumenta sua energia sexual”, disse ele.

''Conversei com muitos amigos e eles me disseram que era uma boa coisa... quando o prepúcio é retirado, sentes o sexo muito bem. Quando fizestes a circuncisão não podes ser ferido durante o sexo.''
“Para alguém que foi circuncidado, é uma certa protecção… mas isto não que dizer 100 por cento de protecção – sozinha, a circuncisão não pode prevenir a transmissão do HIV – ela deve ser feita junto com outros meios de protecção”, notou Musime.

Agripine Tunga, 40 anos, que acabou de dar à luz um filho no hospital King Faisal, tem um outro ponto de vista: “Eu acredito que a associação é que eles [homens circuncidados] se sentem sexy… eu não quero que meu filho seja tão sexual.”

Estudos para investigar tais afirmações foram conduzidos no Quénia e na Uganda em 2008.

Ambos mostraram que os homens circuncidados relatam um aumento da sensibilidade do pénis e mais facilidade de atingir o orgasmo, mas especialistas dizem que não há provas de que este procedimento realmente melhore o desempenho ou as proezas sexuais.

Estratégia eficaz de comunicação

Segundo profissionais de saúde, é importante que o público compreenda de que maneira a circuncisão protege os homens de doenças sexualmente transmissíveis e que ele também tenha consciência de que este procedimento não é uma garantia de protecção.

“As pessoas fazem a circuncisão por diversos motivos... médicos, culturais, religiosos... ela deve ser acompanhada de um aconselhamento”, disse Rwego. “Temos que encontrar a melhor mensagem para [transmitir] à população.”

O governo ruandês está a lançar uma pesquisa sobre conhecimento, atitude e prática (KPA, em inglês) para avaliar o nível de conhecimento e informação sobre a circuncisão masculina.

“Algumas pessoas podem pensar que a circuncisão masculina é uma protecção total, como um preservativo invisível; com a pesquisa KPA saberemos o que dizer às pessoas e que mensagem desenvolver”, disse Rwego. “Depois teremos que formular directrizes, treinar equipas e comprar equipamento.”

O governo começou a promover a circuncisão no exército em 2008, como medida precursora da adopção deste procedimento para toda a população. O Conselho Nacional de Contrôlo da SIDA em Ruanda deve lançar a campanha nacional propondo a circuncisão aos recém-nascidos.

hh/kr/he/dl/ll


Tema(s): (IRIN) Prevenção

[FIM]

[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas]
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