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MOÇAMBIQUE: Novas utilidades para velhos remédios


Photo: Mercedes Sayagues/PlusNews
Bonitas no mato, boas para a saúde
MESSICA, 1 Agosto 2007 (PlusNews) - Através de chá e remédios de concentrados à base de ervas e plantas, um grupo de cinco irmãs católicas brasileiras e portuguesas está a tratar diversas doenças em Messica.

Neste posto administrativo no centro da província de Manica, a 30 quilómetros do Zimbabwe, as irmãs usam o que elas chamam de medicina verde contra diarréias crônicas, tuberculoses, sarampo com anemia, gripes, sífilis e bolhas na pele.

Esta última com maior registo, porque as bolhas são sinais dum sistema imunológico enfraquecido pelo HIV, disse a irmã e enfermeira Glades Maria Lando.

As freiras, vinculadas à instituição católica Caritas Messica, colhem do mato plantas como artemisa e aloés vera, e fabricam remédios que são vendidos a preços simbólicos.

Segundo Lando, estes medicamentos já foram analisados em laboratórios de Manica e as novas fórmulas foram enviadas para a Universidade Católica da Beira para ser investigadas.

Além da medicina verde, as irmãs usam também outras terapias complementares.

“Trabalhamos muito com as técnicas da bioenergética, para unir o corpo e o espírito (do paciente) a uma energia única; e a geoterapia, que consiste na aplicação de barro para devolver aos órgãos a energia da terra e seus minerais”, disse Lando.

Entretanto, ela lembra que a medicina verde é mais lenta que a convencional e muitas vezes as pessoas querem uma resposta imediata.

Foi o caso de Albino Cadeado, de 24 anos e seropositivo. Depois de tomar os remédios das freiras, ele teve de esperar por 15 dias para ver sinais de recuperação de uma gripe e manchas grossas no seu corpo.

“Já estava sem esperança de melhora, mas um tempo depois foram aparecendo sinais de recuperação e melhorei”, disse Cadeado ao PlusNews.

No ano passado, cerca de três mil pacientes usaram a medicina verde em Messica, sendo 70 por cento só para tratar doenças relacionadas à Sida, informou Lando.

E para expandir as possibilidades deste tratamento complementar, as irmãs estão a cultivar espécies raras, como a arnica do campo, que tem propriedades mais nutritivas que curativas.

A Caritas Messica está ainda a ensinar 250 jovens estudantes e um grupo de mães a dosagem e o processamento exacto das plantas.

“As comunidades já usavam este tipo de medicina”, disse o coordenador da Caritas Messica, Paulo Jossene. “Estamos apenas a resgatar os conhecimentos, ensinando os melhores procedimentos para a boa qualidade destes medicamentos.”

Os procedimentos a que Jossene se refere são mostrar os usos das plantas locais, como se fazer seu processamento e quais as dosagens corretas.


Photo: Mercedes Sayagues/PlusNews
Além das multinacionais: a natureza também é uma farmácia
Farmácia comunitária

O governador provincial Raimundo Maico Diomba inaugurou recentemente uma farmácia comunitária de medicina verde na comunidade de Manhane, também no centro de Manica.

A nova farmácia vai oferecer medicamentos a partir das plantas preparadas localmente pelas irmãs e por um grupo de mulheres.

Diomba disse que esta iniciativa “não vem a substituir a medicina convencional, mas poderá responder as necessidades medicamentosas de algumas doenças que enfermam a população.”

Os distritos de Guro, Gôndola e Machaze, respectivamente no norte, centro e sul de Manica, também já contam com farmácias de medicina verde.

Em Moçambique, aproximadamente 57 mil seropositivos estão em tratamento antiretroviral. Apesar de os ARVs serem até então o meio com maior eficácia comprovada contra a Sida, a medicina verde pode ser um complemento para enfrentar as doenças oportunistas.

ac/lb/ms


Tema(s): (IRIN) Cuidados/Tratamento, (IRIN) PVHS/ONGs

[FIM]

[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas]
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