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GLOBAL: Antiretrovirais para bebês - nova abordagem


Photo: UNICEF
Tratamento antiretroviral para crianças seropositivas ainda fica muito atrás dos adultos
SYDNEY, 1 Agosto 2007 (PlusNews) - Somente 15 por cento das crianças que necessitam de tratamento estão recebendo medicamentos antiretrovirais (ARVs), segundo dados da Conferência da Sociedade Internacional da Sida sobre Patogênese, Tratamento e Prevenção do HIV, a maior reunião científica sobre a Sida que ocorreu a semana passada em Sydney, na Austrália.

Tratar bebês seropositivos sempre foi difícil: os médicos têm opções muito limitadas de medicamentos à disposição, e cerca de metade das crianças infectadas morrem antes dos dois anos.

Cuidar dessas crianças é complicado porque seu sistema imunológico ainda não está completamente desenvolvido durante o primeiro ano de vida, o que as torna particularmente vulneráveis à rápida progressão do HIV e conseqüente morte.

Diretrizes existentes estabelecem que os bebês devem receber o tratamento ARV somente quando começam a mostrar sintomas de doença ou um enfraquecimento do sistema imunológico. Porém, estudos recentes apresentados durante a conferência sugerem que o tratamento precoce de bebês seropositivos ajuda a prolongar suas vidas.

“Este é o primeiro teste clínico randomizado que mostra que bebês tratados antes dos três meses de idade têm mais chances do que os que receberam tratamento mais tarde”, disse Elias Zerhouni, diretor do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH), que patrocinou os testes.

O estudo, intitulado Terapêutica Antiretroviral Precoce em Crianças Seropositivas, está sendo realizado na África do Sul pelo Programa Internacional Geral de Pesquisa em HIV (CIPRA, em inglês), uma divisão do NIH.

Os testes tiveram início em Julho de 2005 e estavam programados para continuar até 2011, mas uma revisão de dados preliminares efetuada há um mês revelou um aumento considerável na taxa de sobrevivência entre bebês que tinham recebido o tratamento ARV imediatamente: 96 por cento destas crianças estavam vivas, comparado com 84 por cento das crianças do grupo de controle.

Avy Violari, da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, que dirigiu o estudo, disse que iniciar o tratamento ARV antes das doze semanas de vida reduz em 75 por cento a mortalidade precoce. 
''Qual será o futuro destas crianças que já tomam medicamentos de segunda linha aos cinco anos de idade?''

O próximo passo?

As implicações para a saúde pública são significativas. “Nós acreditamos que os dados são convincentes. O resultado é impressionante, e agora cabe aos dirigentes decidir o que fazer com ele”, disse James McIntrye, diretor da CIPRA, a IRIN/PlusNews.

Os achados, já transmitidos à Organização Mundial da Saúde (OMS), deverão levar especialistas a considerar uma mudança nos padrões de tratamento em muitas regiões do mundo, declarou o NIH.

Entretanto, Annette Sohn, professora de Doenças Infecciosas Pediátricas na Universidade da Califórnia, São Francisco, alertou que “o objetivo do tratamento das crianças deve ser equilibrado entre interromper os efeitos da Sida e os efeitos a longo prazo dos antiretrovirais em uma criança em desenvolvimento.”

Crianças que começam a tomar ARVs mais cedo terão provavelmente que passar a regimes de segunda e terceira linha mais difíceis e caros à medida que o vírus se torna resistente aos medicamentos de primeira linha.

“Qual será o futuro destas crianças que já tomam medicamentos de segunda linha aos cinco anos de idade?”, perguntou Sohn.

Falta de medicamentos específicos para crianças

Somente uma minoria das crianças seropositivas tem acesso aos ARVs, já que eles só se encontram disponíveis em dosagens para adultos. A indústria farmacêutica ainda não desenvolveu tratamentos combinados a doses fixas em versões pediátricas, e os médicos têm que adaptar um coquetel de três medicamentos diferentes para adultos à medida que a criança cresce.

Para determinar corretamente as doses pediátricas, os profissionais da saúde deveriam idealmente usar os três medicamentos em função da área de superfície da criança – um número obtido por uma equação complicada: multiplica-se o peso da criança por sua altura, divide-se por 3.600 e tira-se a raiz quadrada do resultado.

Este tipo de cálculo é muito complicado, e os centros de saúde são obrigados a simplificar o procedimento, estabelecendo doses-padrão – o que inclui uma mistura de xaropes e comprimidos repartidos ou esmagados – de acordo com o peso da criança.

Há um risco de que as crianças seropositivas às vezes recebam uma superdose, com aumento dos efeitos colaterais, mas é preferível uma superdose a uma sub-dose, que pode gradualmente levar a uma resistência aos medicamentos.

“Nós precisamos expandir a cobertura do tratamento, e para isso é essencial dispor de fórmulas ARV pediátricas em maior quantidade e de melhor qualidade”, disse Sohn.


Tema(s): (IRIN) Cuidados/Tratamento, (IRIN) PVHS/ONGs

[FIM]

[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas]
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