GLOBAL: Homens que fazem sexo com homens continuam excluídos das repostas contra a Sida

Photo: David Swanson/IRIN  |
Apenas um de cada 20 homens que fazem sexo com homens é contemplado pelos projectos contra o HIV e Sida. |
SIDNEY, 31 Julho 2007 (PlusNews) - As taxas de infecção do HIV cada vez maior entre os homens que fazem sexo com outros homens pode devastar esta população, alertaram na última semana pesquisadores presentes na Quarta Conferência Internacional de Patogênese, Prevenção e Tratamento do HIV, ocorrida em Sydney, Austrália.
A Fundação Americana para Pesquisas da Sida (amfAR, em inglês), um grupo baseado nos Estados Unidos, anunciou que em muitas partes da Ásia, África e América Latina, o estigma, leis repressivas e a escassez de serviços de saúde para os HSH estão a aumentar a epidemia em níveis alarmantes.
Em África, estima-se que 40 por cento dos homens que fazem sexo com homens do Quénia são seropositivos, enquanto na população em geral é de seis por cento. No Senegal, a seroprevalência entre eles é de 22 por cento e no resto da população não chega a um por cento.
A seroprevalência entre este grupo da Ucrânia é calculada em 27 por cento e no México em 15 por cento.
Cerca de 85 países ainda têm leis que criminalizam sexo entre homens, e na maioria das nações há um estigma contra este grupo, que acaba por impedir que eles usem os serviços de HIV e Sida.
“Um em cada 20 homens que fazem sexo com homens é contemplado pela prevenção, tratamento e serviços de cuidados contra o HIV”, disse Kevin Frost, funcionário executivo da amfAR. “Esta é uma enorme falha global de resposta ao HIV/Sida”.
Este grupo lançou uma iniciativa para apoiar organizações de base, financiar pesquisas e advogar pelo aumento global de atenção para programas de Sida nesta população.
Urgente necessidade
Segundo o director executivo adjunto do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/Sida, Michel Sidibe, dar atenção a este grupo é uma das mais urgentes necessidades de saúde pública no mundo.
“Não se pode falar de luta contra a pandemia se continuarmos a marginalizar alguns grupos. Temos que capacitar os homens que fazem sexo com homens e garantir que eles tenham direito aos cuidados básicos de saúde.”
Embora muitos países já reconhecer as necessidades de atenção especial aos grupos de maior risco de infecção, como trabalhadoras do sexo e usuários de drogas injectáveis, os HSH continuam a ser ignorados.
Para piorar ainda mais, observa a amfAR, os projectos que atendem este grupo raramente são contemplados pelos financiamentos bilaterais e pelo Fundo Global de Luta contra a Sida, Tuberculose e Malária, uma vez que estes fundos são canalizados através dos governos.
De acordo com Frost, mais pesquisas são cruciais, já que não se sabe o suficiente sobre a epidemia do HIV neste grupo.
“Na China, por exemplo, 80 por cento dos homens que fazem sexo com homens são casados…Esta é uma situação extremamente complexa, que precisa ser observada”, finaliza.
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Tema(s): (IRIN) Cuidados/Tratamento, (IRIN) Estigma/Direitos Humanos/Leis
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[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas] |
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