MOÇAMBIQUE: Garantia de sangue bom para todos na província de Manica

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Boas notícias para os pacientes: transfusões de sangue mais seguras |
CHIMOIO, 19 Julho 2007 (PlusNews) - Um grande esforço está a ser feito na província de Manica, na região central de Moçambique, para assegurar a qualidade e a disponibilidade do sangue doado.
O objectivo é diminuir infecções por sangue contaminado entre pacientes que precisam de transfusões nas unidades sanitárias desta província, que têm uma seroprevalência de 19.7 por cento, contra os 16.2 por cento de média nacional.
Para isso, o banco de sangue local reforçou o sistema de segurança nas transfusões, introduzindo critérios mais rigorosos na selecção de candidatos através de um questionário.
Foi montado recentemente na mesma área do banco de sangue e do laboratório clínico provincial, em Chimoio, um centro de aconselhamento e testagem de saúde aos usuários.
Além disso, hoje, as amostras de sangue são submetidas obrigatoriamente ao teste do HIV, hepatite B, sífilis e malária. Isto, graças à aquisição de novos equipamentos médicos pela Direcção Provincial de Saúde.
Francisco António, responsável da Secção Provincial de Transfusão de Sangue, reforçou que técnicos de saúde estão cada vez mais sensibilizados em relação às medidas de segurança para evitar o contágio dos pacientes e dos próprios profissionais.
“O nível de infecção [por transfusão] dos doentes está quase nulo”, disse ao PlusNews.
O banco de sangue de Manica registou uma queda de quase dois por cento da seroprevalência no sangue doado nos últimos três anos.
A taxa de HIV achada no sangue doado foi de 4.4 por cento em 2006, 4.8 por cento em 2005, e 5.98 por cento em 2004, indicam dados da Secção Provincial de Transfusão de Sangue de Manica.
Mas, segundo António, alguns bancos de sangue na província ainda continuam sob gerência de técnicos não qualificados e sobrecarregados de trabalho, e com falta de sangue.
Joaquina, que não quis relevar seu apelido, estava com cirurgia marcada no Hospital Provincial de Chimoio, mas teve que esperar duas semanas até entrar na sala de operações.
Faltava sangue de tipo A, e o disponível foi descartado por estar com HIV, segundo lhe disse a sua médica.
Perto de 22 mil pessoas, dos 1.4 milhões habitantes da província de Manica, aderem anualmente às campanhas de doação de sangue, sendo mais da metade estudantes maiores de 16 anos.
Mesmo assim, ainda há escassez de sangue nos hospitais de Manica, já que muitas pessoas preferem não doar por medo de ser testadas para o HIV, disse António.
A escassez agrava-se em Dezembro devido aos elevados índices de acidentes de trânsito, causados muitas vezes por consumo excessivo de bebidas alcoólicas durante as férias e o Natal, frisou.
Sangue gratuito?
A transfusão de sangue em Moçambique é feita oficialmente de forma gratuita, mas António não descarta a possibilidade de comércio ilegal.
“Ninguém é autorizado a vender o sangue, mas é difícil admitir que nunca houve venda clandestina”, disse.
Os doadores de sangue em Moçambique incluem professores, estudantes, policias, bombeiros e funcionários públicos, igrejas e clubes. Os que comprovarem um mínimo de duas doações de sangue no ano anterior ou uma doação no próprio ano não pagam as taxas por consulta médica ou internamento na saúde pública.
João Martos, coordenador provincial da Associação de Doadores de Sangue de Manica, disse que as campanhas de sensibilização de doação de sangue têm sido intensificadas nas comunidades rurais.
Doa Sangue e Salva Vidas é o slogan da campanha nacional que está a ser divulgada nas rádios, teatro e nas escolas.
ac/lb/ms
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Tema(s): (IRIN) Cuidados/Tratamento, (IRIN) Prevenção
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[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas] |
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