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GLOBAL: HIV e juventude – em breve, numa televisão perto de você


Photo: 48Fest - Kenya
Adrenalina, engajamento e inspiração. Foi nessa atmosfera que 30 jovens produziram curtas sobre assuntos relacionados ao HIV durante a Primeira Conferência Internacional de Liderança de Mulheres e HIV e Sida.
NAIRÓBI, 16 Julho 2007 (PlusNews) - Existe algo mais hip para um jovem do que participar de um festival de curta-metragens da MTV? Adrenalina maior do que ter que escrever, produzir, filmar e editar esse curta em 48 horas? E desafio maior do que abordar assuntos relacionados ao HIV e à Sida num filme de três minutos?

Essa foi a proposta da segunda edição do MTV 48fest, que reuniu 30 jovens de diferentes nacionalidades em torno de uma meta comum: rodar curtas de três minutos sobre HIV em dois dias.

O festival foi parte da Primeira Conferência Internacional de Liderança de Mulheres em HIV e Sida, realizada em Nairóbi, entre 4 e 7 de Julho, e é uma iniciativa conjunta entre a MTV e o Staying Alive, uma campanha multimídia global para a prevenção de HIV e Sida.

“O 48fest é uma oportunidade que dá o poder aos jovens de usar suas próprias vozes, imagens e entendimento para educar seus colegas e o mundo em questões de HIV e Sida”, disse Georgia Arnold, vice-presidente de relações públicas da MTV Internacional.

As seis equipes participantes eram mistas. Cada grupo, identificado por uma cor, recebeu um tema, a partir do qual desenvolveu um roteiro, e cada um tinha um mentor, que ensinava aspectos técnicos como luzes e direcção.

Os temas abordados foram HIV e gravidez, respeito, sexo em troca de presentes, estigma, prevenção do HIV e violência.

“Foi uma ótima oportunidade para se aprender não só como fazer um filme como também para dividir experiências”, disse a jordaniana Tamara Abbadi, 24 anos, da Rede de Educação de Jovens. Seu time, amarelo, concorreu com o filme Respeito.

Para o ugandense Stephen Kasoma, do grupo focal para África Oriental da Coligação Global de Jovens para HIV e Sida, uma das maiores dificuldades foi conciliar diferentes perspectivas – seu time incluía jovens da Turquia, Suazilândia, Suécia e Quénia – num mesmo filme.

“Acho que conseguimos mostrar como a estratégia ABC não está funcionando. No filme se vê que o ABC é principalmente controlado pelo homem e as mulheres não têm poder de decisão”, contou ao PlusNews.

E o Oscar vai para...

Anunciado no melhor estilo Oscar, com tapete vermelho, estatuetas e um vídeo especial do rapper e produtor musical Kanye West, o grande vencedor da noite foi o filme Escolhas, do time vermelho, que retratava três jovens seropositivas, uma africana, uma asiática e uma européia, optando sobre o que fazer quanto à gravidez, como aborto ou ter o bebê.

''Hoje a comunicação salva mais vidas que médicos.''
Eunice Kapandura, de 24 anos, mentora na Associação Cristão Feminina do Zimbabwe e membro do time vencedor, acredita que debater as escolhas femininas quanto a uma gravidez inesperada foi o principal desafio de sua primeira experiência no cinema.

“Apesar de ter sido intenso, nós realmente conseguimos superar as diferenças. Hoje há uma grande ligação entre o grupo”, disse.

Segundo o director e jurado Bryan Barber, o filme “Escolhas se destacou por utilizar três diferentes perspectivas para discutir as questões acerca da gravidez e do HIV. É uma história impressionante e comovente.”

Mas mais do que ganhar o festival, a preocupação entre os jovens participantes era se certificar de que os jovens compreendem a realidade da Sida.

A equipe verde, da alemã Annete Benzinger, de 27 anos, resolveu levar o título de seu filme, Isolado, ao pé da letra. O curta retratava a vida de uma jovem e um rapaz que se isolavam cada um em sua casa após conhecerem uma moça bonita e envolvente.

Essa moça, descobre-se depois, personifica a Sida.

“Nós queríamos que as pessoas entendessem que o HIV não é algo neutro. É algo pessoal”, afirmou.

Os filmes não terão direitos autorais e serão utilizados em campanhas de prevenção pelo mundo todo. O projecto também dará origem a um documentário de 30 minutos em que os próprios cineastas mirins serão os protagonistas.

Todo esse material será transmitido por MTVs no mundo inteiro no Dia Mundial da Sida, em 1 de Dezembro.

Para Peter Piot, diretor executivo da Onusida e um dos jurados, vencedores ou não, todos os filmes foram obras-primas. “Hoje a comunicação salva mais vidas que médicos”, disse. “E vocês serão um instrumento para a luta contra HIV e Sida.”

Para ver os filmes acesse www.staying-alive.org.

ll/ms


Tema(s): (IRIN) Artes/Cultura, (IRIN) Prevenção

[FIM]

[Este boletim não reflecte necessariamente as opiniões das Nações Unidas]
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