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“Minha sinceridade acabou por me prejudicar”
Dezembro 2008 (PlusNews)

Photo: Maya Sangawa/PlusNews
MAPUTO, Isabel Silva*

Apanhei o HIV há algum tempo. Soube que era seropositiva quando ainda era estudante do ensino secundário, numa campanha de testagem voluntária para alunos.

Mesmo assim não desanimei. Nunca tive recaídas porque estou em tratamento desde que descobri a minha situação.

Sempre trabalhei, mudando de emprego quando encontrava outro melhor.

Em 2004 consegui arranjar um trabalho como servente num restaurante que me pagavam bem, no centro da cidade de Maputo. Sempre me dei bem com os meus patrões e até estava em vias de ser promovida.

Tudo mudou em 2006, quando o gerente encontrou-me na cozinha a tomar os ARVs. Ele me perguntou o que eram os comprimidos e eu não escondi. Foi assim que ele soube que eu era seropositiva.

Minha sinceridade acabou por me prejudicar. Uma semana depois, numa reunião com o gerente e o dono do restaurante, fui informada de que me iam pagar os dias que trabalhei naquele mês e me iam despedir.

Eles disseram-me que os clientes não podiam saber que naquele restaurante trabalhava uma servente seropositiva, porque ia mostrar uma imagem negativa.

Sei que em Moçambique há uma lei que protege o trabalhador seropositivo, mas não prestei queixa porque o meu emprego não era formal. Não sabia que mesmo assim podia processar o restaurante.

Na semana seguinte soube que num outro restaurante precisavam de serventes, mas na entrevista me disseram que eu não servia para trabalhar ali, sem nenhuma justificativa. Depois soube que o dono era amigo dos meus antigos patrões.

Tal como eu, muita gente perde emprego em Moçambique por ser seropositivo. Mas o pior é que essas pessoas não sabem que a lei as protege e que é violar a lei despedir um trabalhador porque está infectado pelo HIV.

* nome fictício

[FIM]

[Os depoimentos acima foram obtidos pela IRIN, um serviço de notícias humanitárias, mas não necessariamente refletem a opinião das Nações Unidas.]

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